segunda-feira, 12 de agosto de 2019

AS ESTRUTURAS COGNITIVAS

Conceitos

Marcuschi - Conhecimentos armazenados na memória semântica e na memória episódica.
Beaugrande e Dressler - Distinguem os conceitos como primários (controles centrais; processo do texto) e secundários (relativo ao sistema de significados) ;

Modelos Cognitivos Globais

São blocos de conhecimentos intensamente utilizados no processo de comunicação e representam de forma organizada nosso conhecimento prévio armazenado na memória.
São modelos cognitivos globais: frames, esquemas, planos, scripts e cenários.

Frames - teoria proposta por Minsky (perspectiva cognitivista); mecanismo de armazenamento de conhecimento (linguagem artificial = linguagem natural); modelos globais que contêm o conhecimento comum sobre um conceito primário.

Conceito primário
Frame (conjunto)
Festa de aniversário
Bolo, brigadeiro, balões, roupas bonitas, presente, convite, convidados...

Esquemas - segundo Beaugrande e Dressler, modelos cognitivos globais de eventos ou estados dispostos em sequências ordenadas (proximidade temporal e causalidade); psicólogo Bartlett apresenta  modelos cognitivos verbais psicologia cognitiva e inteligência artificial (organização do nosso conhecimento de mundo).

Conhecimento de mundo
Esquemas (fatos)
Acidente de trânsito
acidente, chegada da ambulância, atenção à vítima, chegada da polícia, remoção de vítima, liberação do tráfego, exame técnico, culpabilidade. 

Planos - Schank e Abelson e Marcuschi definem planos como "modelos de comportamento deliberado pelas pessoas: "propósitos", "intenção".

Propósito
Intenção
horas extras no trabalho
Compra do carro 0 Km

Scripts - desenvolvida por Schank e Abelson a partir de frame de Minsky. São planos estabilizados.

frame - situação estereotipada
script - situação dinâmica

frame (estereótipo)
Script (dinâmica)
Velhinha
(pessoa)
1) infância
2) mocidade
3) velhice
Cenário - Sanford e Garrod definem como cenário o domínio estendido da referência.

Descrição
(escritor/falante)
Cenário
(tematização)
julgamento - juiz - testemunhas
Tribunal



Superestrutura ou hiperestrutura ou esquema textual

Segundo seu principal desenvolvedor, Van Dijl,pode ser caracterizada como a forma global de um texto (organização - relação hierárquica - fragmentos). É descrita como em termos de categorias e regras de formação.

As regras de formação determinam a forma como ocorrem essas categorias. Temos como exemplo o texto narrativo:


Narrativo
Argumentativo
Científico
Descritivo
Situação
Tese
Introdução
Tema / Título
Complicação
Premissa
Problema
Denominação
Ação ou Avaliação
Argumento
Solução
Definição
Resolução
Contra-argumento
Conclusão
Expansão
Moral ou Estado Final (*)
Sintese

divisão

Conclusão




(*) Van Dijk – apoia-se aqui nos trabalho de Labov e Waletsky.


Isto quer dizer conhecimento partilhado ou conhecimento de mundo. Podemos afirmar que a coerência ocorre a partir do nosso conhecimento de mundo, conhecimento prévio, o que nos leva a desenvolver um texto com conteúdo de valor, interessante e mudança de comportamento ao leitor.
"Sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor não há compreensão." (Kleiman, op. cit., p. 13).
Os estudiosos apontam vários tipos de conhecimentos:

a) conhecimento linguístico: abrange o conhecimento da língua, vocabulário, regras da língua (vocábulo - frase - função).
b) conhecimento textual: classificação do texto: 
- quanto estrutura;
- quanto interação autor / leitor;
c) conhecimento de mundo:
- conhecimento adquirido formal e informalmente. 
- popular e científico (especialidade).




FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais.
Série Princípios. 9ª Ed. 2002. Ed. Ática.




Claudemir Oliveira Ribeiro
Professor deLíngua Portuguesa
e Técnicas de Redação
Psicopedagogo Institucional e Clínico

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