Foi na década de 60 que os estudiosos da Língua, principalmente na Alemanha, iniciaram a observar a construção do texto e seu funcionamento com uma atenção mais peculiar. Essa prática deu destaque à Linguística Textual.
A Gramática em sua abrangência deixou algumas lacunas, algumas falhas em alguns fenômenos como, por exemplo, a referência, a definição, as relações entre os termos ligados pelas conjunções, a ordem da palavras ao escrevermos uma ideia, a entoação de voz ao se expressar um sentimento, o uso adequado dos verbos na linguagem falada ou escrita etc. Todos estes fenômenos passaram a ser observados, analisados e descritos dando um valor ao texto que, talvez no passado, não fosse tão especial. Assim, de um modo tão único, tentou-se explicar o contexto situacional no texto.
O texto deve ser observado além de simplesmente as frases que o compõem, é importante observar sua produção e a compreensão que parte da parte do leitor ou do falante. Isto é o que chamamos de competência textual, ou seja, a habilidade que indivíduo adquire de construir o seu texto particular escrito ou falado.
Todos somos falantes de uma língua (hoje se estende também às libras - linguagem de sinais) e, falando,escrevendo ou sinalizando, podemos diferenciar um texto coerente de um texto incoerente. Isto estende-se ao falante e ao escritor de outras línguas conforme sua natureza.
Todo individuo ao falar uma língua é capaz de ouvir ou ler um texto, recontar o texto lido, produzir um novo texto, parafrasear um texto, construir o título de um texto qualquer. Tudo isto é possível pelo seu conhecimento de uma língua adquirido desde seu nascimento e aprimorado em suas vivências de mundo, que podemos definir como competência linguística e competência textual. É na convivência com a língua que cada indivíduo de um modo muito particular, obedecendo cada um ao seu tempo, que se desenvolve habilidades particulares para se servir e elaborar seu texto.
Podemos assim dizer que nossa produção linguística se dá desde nosso nascimento até nossos dias atuais, se enriquecendo, se aprimorando e construindo novos conceitos; não sendo um aglomerado de palavras aleatórias e sim com palavras interligadas entre si pelo seu significado e função na frase. Sendo assim define-se:
"texto em sentido amplo, designando toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano (uma música, um filme, uma escultura, um poema etc.), e, em se tratando de linguagem verbal, temos o discurso, atividade comunicativa de um sujeito, numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor (ou pelo locutor e interlocutor, no caso dos diálogos) e o evento de sua enunciação" (Fávero e Kock, 1983, p. 25).
Todo nosso pensamento, todo nosso sentimento, todas as nossas experiências são registrados e para serem divididos com outros indivíduos do nosso convívio é necessário comunicação, que o discurso se manifeste seja pela fala ou pela escrita de forma significativa para o locutor e para o interlocutor. Essa manifestação elaborada exige (e acontece forma inconsciente) a construção de um texto.
Se observarmos este próprio texto como foi escrito e prestarmos atenção na compreensão que tivemos quanto nosso papel de leitor, houve a necessidade de contextualização, coesão, coerência, informação, intenção, etc.
Poderemos conhecer muito mais sobre a compreensão do texto, sua construção e intencionalidade buscando mais conhecimento sobre "Coerência e Coesão textuais" de L. L. Fávero.
Boa Pesquisa! Boa Leitura! Bom aprendizado!
Claudemir Oliveira Ribeiro
Professor de Língua Portuguesa
Psicopedagogo Institucional e Clínico