segunda-feira, 27 de maio de 2019

A Tradição Retórica


2 - A TRADIÇÃO RETÓRICA

Falar em persuasão é retomar o discurso clássico: formulações que marcaram os estudos da linguagem. Recupera-se o espaço cultural e linguístico do mundo clássico, isto é a preocupação com o domínio da expressão verbal que nasceu com os gregos; pois ao grego cabia manejar com habilidade as formas de argumentação para praticar certos conceitos de democracia.
Nomes que ficaram conhecidos pela habilidade com que encaminhavam suas lógicas argumentativas:
a)       Demóstenes
b)      Quintiliano
c)       Górgias

Na Grécia Clássica, houve as elevadas preocupações com o discurso e disciplinas que promovessem o domínio da palavra:
a)       Eloquência;
b)      Gramática;
c)       Retórica (disciplina responsável por buscar tal harmonia ao gosto da cultura clássica).

O falar devia ser bem ao gosto da cultura clássica:
a)       Convincente e elegante;
b)      Unir arte e espírito.

Neste momento, a linguagem deixa de ser estudada como linguagem e passa a ser estudada como discurso; e a retórica mostraria o modo de constituir a palavra com o objetivo de convencer o receptor.
A partir dos séculos XVIII e XIX, a retórica deixa de ter um caráter do discurso e passa a ter um caráter de embelezamento do discurso, o que podemos chamar de caráter pejorativo.
Para certas camadas sociais, a retórica era o domínio de regras e normas da argumentação, o exercício do poder.
Podemos destacar três pensadores gregos da época: Sócrates e Platão – escrevem sobre a retórica – e Aristóteles – o discurso é estudado em sua estrutura e função.

A retórica hoje é trazida como elementos:
a)       De Gramática;
b)      Da Lógica;
c)       Da Filosofia da linguagem;
d)      Da Filosofia da estilística.

Para Aristóteles, a retórica tem algo de ciência (objetivo e método) para se produzir a persuasão. “Retórica é a faculdade de ver teoricamente o que, em cada caso, pode ser capaz de gerar a persuasão.”
Podemos deduzir:
a)       A retórica não é persuasão;
b)      A retórica pode revelar como se faz persuasão;
c)       A retórica é analítica;
d)      A retórica é uma espécie de lei das leis, acima do compromisso persuasivo.

A retórica entra no mérito como o que está sendo dito o é de modo eficiente. Por sua vez, a eficácia implica:
a)       Domínio de processo;
b)      Domínio de formas;
c)       Instâncias;
d)      Modos de argumentar.

Regras gerais a serem aplicadas nos discursos persuasivos, segundo Aristóteles:
1)      Exórdio: começo do discurso;
2)      Narração: próprio assunto, onde fatos de desenvolvem, os eventos indicados;
3)      Provas: Se o discurso haverá que ser persuasivo, serão elementos sustentadores da argumentação;
4)      Peroração: é o epílogo, a conclusão.

Persuadir é sinônimo de submeter: vertente autoritária. “Quem persuade leva o outro à aceitação de uma dada ideia. É aquele irônico conselho que está embutido na própria etimologia da palavra: per + suadere = aconselhar.” (Linguagem e persuasão, p. 13).

“Verossímil é, pois, aquilo que constitui em verdade a partir de sua própria lógica. Daí a necessidade, para se construir o “efeito de verdade”, da existência de argumentos, provas, perorações, exórdios, conformes certas proposições já formuladas por Aristóteles na Arte Retórica. Persuadir não é apenas sinônimo de enganar, mas também o resultado de certa organização do discurso que o constitui como verdadeiro para o receptor.” (Linguagem e Persuasão, p. 14)

Com o passar do tempo, a retórica teve alterada a maneira como foi observada pelos estudiosos, de organização do discurso e com a persuasão, no século XVIII, passou a ser observada como a ideia de embelezamento do texto, no final do século XIX.

A partir daí, a retórica passou a produzir mecanismos de expressão que tornassem o texto mais bonito, um exemplo disso podemos destacar os textos parnasianos.

Com certeza, este papel está vinculado ao estudo das figuras de linguagem (embelezamento do texto) e o das técnicas de argumentação (inúmeros processos de articulação do raciocínio textuais).

Raciocínios discursivos:
a)       Raciocínio apodídico – tom da verdade inquestionável;
b)      Raciocínio implícito – o caráter imperativo do verbo torna indiscutível o enunciado;
c)       Raciocínio dialético – busca quebrar a inflexibilidade do raciocínio apodídico;

Figuras de linguagem:
a)       as figuras de retórica são recursos para prender a atenção do receptor;
b)      cumprem a função de redefinir uma informação;
c)       criar efeitos novos para prender a atenção do receptor;
d)      são expressões de teor figurativos;

Figuras mais usadas:
a)       metáfora;
b)      metonímia.



FIORIM, José Luiz. A tradição retórica. 
LINGUAGEM E PERSUASÃO. 5ª edição. Ed. Ática.






Claudemir Oliveira Ribeiro
Professor de Língua Portuguesa e
Técnicas de Redação
Psicopedagogo Institucional e Clínico

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