2 - A TRADIÇÃO
RETÓRICA
Falar em persuasão é retomar o discurso clássico: formulações que
marcaram os estudos da linguagem. Recupera-se o espaço cultural e linguístico
do mundo clássico, isto é a preocupação com o domínio da expressão verbal que nasceu
com os gregos; pois ao grego cabia manejar com habilidade as formas de
argumentação para praticar certos conceitos de democracia.
Nomes que ficaram conhecidos pela habilidade com que encaminhavam suas
lógicas argumentativas:
a)
Demóstenes
b) Quintiliano
c)
Górgias
Na Grécia Clássica, houve as elevadas preocupações com o discurso e
disciplinas que promovessem o domínio da palavra:
a)
Eloquência;
b) Gramática;
c)
Retórica (disciplina responsável por buscar tal
harmonia ao gosto da cultura clássica).
O falar devia ser bem ao gosto da cultura clássica:
a)
Convincente e elegante;
b)
Unir arte e espírito.
Neste momento, a linguagem deixa de ser estudada como linguagem e
passa a ser estudada como discurso; e a retórica mostraria o modo de constituir
a palavra com o objetivo de convencer o receptor.
A partir dos séculos XVIII e XIX, a retórica deixa de ter um caráter
do discurso e passa a ter um caráter de embelezamento do discurso, o que
podemos chamar de caráter pejorativo.
Para certas camadas sociais, a retórica era o domínio de regras e
normas da argumentação, o exercício do poder.
Podemos destacar três pensadores gregos da época: Sócrates e Platão –
escrevem sobre a retórica – e Aristóteles – o discurso é estudado em sua
estrutura e função.
A retórica hoje é trazida como elementos:
a)
De Gramática;
b) Da
Lógica;
c) Da
Filosofia da linguagem;
d)
Da Filosofia da estilística.
Para Aristóteles, a retórica tem algo de ciência (objetivo e método)
para se produzir a persuasão. “Retórica é a faculdade de ver teoricamente o
que, em cada caso, pode ser capaz de gerar a persuasão.”
Podemos deduzir:
a)
A retórica não é persuasão;
b) A
retórica pode revelar como se faz persuasão;
c) A
retórica é analítica;
d)
A retórica é uma espécie de lei das leis, acima
do compromisso persuasivo.
A retórica entra no mérito como o que está sendo dito o é de modo
eficiente. Por sua vez, a eficácia implica:
a)
Domínio de processo;
b) Domínio
de formas;
c) Instâncias;
d)
Modos de argumentar.
Regras gerais a serem aplicadas nos discursos persuasivos, segundo
Aristóteles:
1)
Exórdio: começo do discurso;
2) Narração:
próprio assunto, onde fatos de desenvolvem, os eventos indicados;
3) Provas:
Se o discurso haverá que ser persuasivo, serão elementos sustentadores da
argumentação;
4)
Peroração: é o epílogo, a conclusão.
Persuadir é sinônimo de submeter: vertente autoritária. “Quem persuade leva o outro à aceitação de
uma dada ideia. É aquele irônico conselho que está embutido na própria
etimologia da palavra: per + suadere = aconselhar.” (Linguagem e persuasão, p.
13).
“Verossímil é, pois, aquilo que constitui em
verdade a partir de sua própria lógica. Daí a necessidade, para se construir o
“efeito de verdade”, da existência de argumentos, provas, perorações, exórdios,
conformes certas proposições já formuladas por Aristóteles na Arte Retórica.
Persuadir não é apenas sinônimo de enganar, mas também o resultado de certa
organização do discurso que o constitui como verdadeiro para o receptor.”
(Linguagem e Persuasão, p. 14)
Com o passar do tempo, a retórica teve alterada a maneira como foi
observada pelos estudiosos, de organização do discurso e com a persuasão, no
século XVIII, passou a ser observada como a ideia de embelezamento do texto, no
final do século XIX.
A partir daí, a retórica passou a produzir mecanismos de expressão que
tornassem o texto mais bonito, um exemplo disso podemos destacar os textos
parnasianos.
Com certeza, este papel está vinculado ao estudo das figuras de linguagem
(embelezamento do texto) e o das técnicas de argumentação (inúmeros processos
de articulação do raciocínio textuais).
Raciocínios discursivos:
a)
Raciocínio apodídico – tom da verdade
inquestionável;
b) Raciocínio
implícito – o caráter imperativo do verbo torna indiscutível o enunciado;
c)
Raciocínio dialético – busca quebrar a
inflexibilidade do raciocínio apodídico;
Figuras de linguagem:
a)
as figuras de retórica são recursos para prender
a atenção do receptor;
b) cumprem
a função de redefinir uma informação;
c) criar
efeitos novos para prender a atenção do receptor;
d)
são expressões de teor figurativos;
Figuras mais usadas:
a)
metáfora;
b)
metonímia.
Claudemir Oliveira Ribeiro
Professor de Língua Portuguesa e
Técnicas de Redação
Psicopedagogo Institucional e Clínico
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